sábado, 27 de março de 2010

Diana Arbus

Diane Arbus (Diane Nemerov, 14 de março de 1923, em New York City; d. (suicídio) 26 de Julho de 1971) foi uma fotógrafa americana, célebre por seus retratos.
Diane Arbus se casou aos 18 anos com o fotografo Allan Arbus. A temática principal de sua fotografia era "o outro lado", mais angustiado, da cultura americana. Arbus experimentou com o flash durante o dia, permitindo destacar a figura principal do fundo das fotografias.
Diane Arbus começou a fotografar com Allan, seu marido. Depois de se separar, aprendeu com Alexey Brodovitch e Richard Avedon. No início dos anos 1960 deu início à carreira de fotojornalista e publicou na Esquire, The New York Times Magazine, Harper`s Bazaar e Sunday Times, entre outras revistas. Por esta altura, escolheu uma máquina reflex de médio formato Rolleiflex com dupla objectiva, em detrimento das máquinas de 35 mm. Com a Rolleiflex teria "vistas largas", mais resolução e um visor à altura da cintura que lhe proporcionava uma relação mais próxima com o fotografado. Entram também em cena os flashes em fotografias tiradas de dia. O objectivo era separar o essencial do acessório. Duas bolsas Guggenheim (1962 e 1966) permitiram-lhe desenvolver melhor um trabalho de autor, mostrado pela primeira vez num museu em 1967 (colectiva New Documents Museum of Modern Art). Em Julho de 1971 suicidou-se tomando barbitúricos e cortando os pulsos. O catálogo da exposição retrospectiva que o curador John Szarkowski concebeu, em 1972, tornou-se num dos mais influentes livros de fotografia. Desde então, foi reimpresso 12 vezes e vendeu mais de 100 mil cópias. A exposição do MoMa viajou por todo o país e foi vista por 7 milhões de pessoas. No mesmo ano, Arbus tornou-se a primeira fotógrafa americana a ser escolhida para a Bienal de Veneza. Diane Arbus fotografou essencialmente pessoas à margem da sociedade e pessoas comuns em poses e expressões enigmáticas.
Em 2007 estréia o filme 'A Pele', com Nicole Kidman, baseado em sua vida. "Para mim o sujeito de uma fotografia é sempre mais importante que a fotografia.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Diane_Arbus

sexta-feira, 26 de março de 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Diane Arbus



algum comentário?

Diane
Arbus

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que tal algumas imagens que nao foram vistas no nosso ultimo encontro?

segunda-feira, 1 de março de 2010

O galope voador.


Você sabe se o cavalo, ao galopar, tira as quatro patas do chão? A resposta parece fácil demais? Tem certeza? Você apostaria 50 reais? E 50.000 reais? Quer tirar a dúvida antes de investir nessa idéia?

Corre a lenda que o governador da Califórnia teria apostado aproximadamente 25 mil dólares para definir essa questão. Contratou um fotógrafo de grande reputação que montou sua parafernália ao longo de uma pista de turfe, para congelar as patas do alazão Occident.

Vale lembrar que a idéia do “galope voador” é muito antiga, e remonta pinturas de Théodore Géricault, que já havia retratado corridas mostrando cavalos com as quatro patas longe do chão. Vale também lembrar que o governador em questão não é o ator, halterofilista, modelo e político Arnold Schwarzenegger, mas sim o fundador da Stanford University, Leland Stanford.

Mas porque o governador não confiava no relato de Géricault? O pintor passou anos estudando as corridas de cavalo e suas pinturas serviram de base para várias outras obras. Para pintar os cavalos que tanto admirava, Géricault confiava em seus olhos. Antes da invenção da fotografia, o olho humano era a única forma de analisar e interpretar o mundo. O olho do governador era tão humano quanto o de Géricault (e dos demais apostadores) e, portanto, só uma ferramenta da ciência poderia resolver a aposta colocada. Foi assim que a partir de 1872, Eadweard Muybridge começou a fotografar o galope de cavalos do Sr. Stanford utilizando novas tecnologias para determinar qual dos apostadores tinha razão.

Muito cedo na historia da fotografia surgiu a noção de que o novo meio era um registro do real. As fotos de Muybridge eram um atestado da veracidade dos fatos. Vejam: assim é o cavalo quando galopa. O olho humano não consegue discernir esse acontecimento, mas observem o que o obturador captura em uma fração de segundo. Fica assim, comprovado, atestado, certificado: o galope não é nada parecido com a pesquisa atenta de um pintor.

Géricault caiu do cavalo (literalmente) várias vezes, o que contribuiu para sua morte precoce aos 32 anos sem ter visto a fotografia de Muybridge ou qualquer outra. Na pintura “Corridas em Epson”, Géricault retratava os cavalos com as quatro patas no ar, as dianteiras esticadas para frente, anteriores para trás. As fotografias de Muybridge comprovavam o “galope voador”, mas a imagem é totalmente distinta da convenção estabelecida na pintura: as quatro patas de Occident apareciam junto ao corpo dos cavalos, e não esticadinhas como num carrossel.

A linguagem da fotografia está ligada à exatidão da ciência: um relato detalhado, preciso, que serve como evidência ou comprovação de fatos e realidades. A fotografia é o produto de um processo mecânico, é o efeito produzido por um aparelho tecnológico, sendo que a câmera pode ser descrita como uma máquina de fazer imagens.

Tecnologia e Natureza. Para o homem do século XIX, a fotografia estava totalmente ligada à natureza, como indica o titulo do trabalho mais famoso publicado por um dos pioneiros da fotografia, William Fox Talbot: “the Pencil of Nature” – o lápis da natureza. Que tal esse outro termo: “Sun pictures”? Quem sabe, a intenção dos inventores seria criar uma maquina de fazer pinturas precisas em alta velocidade? E veja, mamãe, sem as mãos! A própria natureza (pra não dizer realidade visível) se desenhou dentro daquela câmara escura, deixando sua marca fixada para a posteridade. O cavalo Occident gentilmente cedeu sua silhueta para o maquinário avançado de Muybridge.

Não demorou muito tempo para se perceber algo sobre a fotografia, que tinham sido, em grande medida, desconsiderada nos primeiros anos de sua existência. A fotografia sabia mentir. Sim, claro, e mentir era algo que ela fazia tão bem quanto “documentar a verdade”. Esse detalhe não ficou em evidencia logo de início, porque ela se prestou a mostrar as coisas do mundo de um modo que não tinha precedentes.
Para quem não pudesse viajar e comprovar a existência de coisas distantes, nada melhor que a fotografia para aproximar esses objetos e torná-los passíveis de admiração, e também de crítica e reflexão. Assim fica confortável fazer a conexão indireta com a realidade através da fotografia. E hoje? Como um estudante de arquitetura no Brasil entra em contato com a produção de um arquiteto que produz suas obras arquitetônicas na Alemanha? E o estudante de artes, onde poderá ver pinturas de Géricault, Rembrandt ou Van Gogh? Para esses casos, a fotografia vai trazer um relato muito bem vindo, e a conexão com a realidade não será discutida. E quando não haviam inventado a fotografia? Essas ‘reproduções de coisas do mundo’ existiam na forma de gravuras, textos, desenhos ou outras linguagens. E quando veio a fotografia esses outros relatos perderam o lugar. Como diria William Ivins, ex-curador de gravuras do Metropolitan, “à sua maneira, a fotografia fez tanto para o estudo da arte quanto o microscópio para o estudo da biologia.”

O século XX ampliou o repertório de imagens, as possibilidades de divulgação das fotografias através das revistas ilustradas, e produziu câmeras leves e baratas que podiam ser usadas inclusive por crianças. Cada canto do mundo em qualquer atividade humana, a fotografia teve alguma participação. E como estava em tudo e falava de tudo, as pessoas começaram a se preocupar com a “leitura” da fotografia. Porque se ver uma fotografia significa formar conexões com o real, qual “real” a fotografia pode mostrar? Quais as manipulações e condicionantes em jogo? A verdade fotográfica não era auto-evidente.

À medida que cresceu a cultura da imagem fotográfica, cresceu o número de pessoas falando da enganosa objetividade da fotografia. Ou ressaltando as habilidades ardilosas dos novos artistas-fotógrafos. Quase ao contrário da frase de Ivins, temos a frase de Susan Sontag: “é duvidoso que uma fotografia possa ajudar-nos a compreender qualquer coisa”.

Agora, na era da internet e dos softwares de manipulação de imagem, acreditamos menos na verdade da fotografia. Vi há alguns anos a capa de uma revista de grande circulação nacional falando sobre cirurgias plásticas e novas técnicas de beleza. A foto da capa vinha com a legenda “não foi utilizado photoshop” (no século XIX a legenda sobre uma ilustração seria “gravura feita a partir de fotografia”. Credibilidade garantida). Hoje tem muita ficção associada à fotografia. Será por acaso que alguns dos mais conceituados críticos de fotografia são escritores? Além de Susan Sontag, podemos listar aqui Walter Benjamin, Roland Barthes, John Berger, André Malraux. Não só escritores, mas escritores de ficção. Então deve estar tudo no lugar certo hoje: as pessoas que conhecem e sabem falar de fotografia são os escritores. E os fotógrafos falam bem de todo o resto? Provavelmente sim, porque hoje, os fotógrafos somos todos nós.